15 de Outubro de 1988, 23h44. Hora do Acidente
Ouço uma explosão. Não sei o que está acontecendo. Não sinto nada. Meu corpo está imóvel. Está tudo tão escuro… Não sei onde estou.
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23 de Fevereiro de 1988, 7h02. Meses antes
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23 de Fevereiro de 1988, 7h02. Meses antes
Domingo pela manhã, culto na minha igreja, tenho que levantar cedo para ir junto com meus pais. Não gosto muito, mas minha mãe me obriga a ir, se eu não for à igreja no domingo pela manhã, ela não me deixa ir à balada durante a semana. Eu amo dançar, amo ouvir as músicas agitadas e dançar até não aguentar mais.
É uma matinê que há todas as sextas feiras, sábados e domingos. Ela me leva e me busca, não vejo a hora de estar dançando e ouvindo essas músicas. Eu me realizo na pista de dança. Solto todo o meu corpo, tenho uma sensação maravilhosa, me sinto leve… Eu amo dançar na matinê do clube.
Aqui na igreja, o pastor fala, fala, fala, mas meu pensamento está na dança, porque hoje, domingo, tem matinê, e às duas da tarde em ponto estarei lá. Tem uma hora que o pastor pede para quem quiser entregar a vida para Deus ir à frente. Bom, minha vida já está nas mãos de Deus desde pequena, eu nasci na igreja… Ele sabe que sou Dele. Não faço nada de errado, não fumo, não bebo… Às vezes eu namoro escondido… Bem, não é muito um namoro, e sim um “fica”.
É assim que a gente chama: “fica”. É uma forma de namoro sem ter compromisso nenhum. A gente se beija, fica junto naquela noite e depois cada um vai para o seu canto. Sem problema nenhum, todo mundo gosta.
Minha mãe, é claro, nem sonha com isso. Ela pensa que sou uma menina muito boazinha, até as pessoas da igreja também pensam, e isso é muito bom para mim.
Graças a Deus, o culto acaba, corro para o carro, quero me arrumar bem bonita para ir à matinê.
Uma jovem me chama:
- Clara, vem hoje participar dos jovens! Vai ser muito bacana.
Ah, meu Deus, essa menina de novo no meu pé!
- Oi, Dália, tudo bem? Sim, eu venho, claro que venho, vou pedir para minha mãe me trazer…
- Não precisa não, a gente passa na sua casa e te traz.
Que menina chata, não sai do meu pé. Se ela passar em casa eu não vou poder ir à matinê.
- Ah, minha querida, vou almoçar na minha avó e depois minha mãe me traz…
Uma mentirinha não tem problema, Deus entende…
Procuro tirar a minha mãe logo da igreja, assim ninguém irá me convidar em sua frente ou será um grande problema eu ter que despistar essas meninas chatas e intrometidas que querem, à força, me fazer aceitar Jesus. Eu já O aceitei desde pequena, só quero me divertir enquanto sou jovem. Quando for mais velha posso deixar as matinês, os namoricos, as mentirinhas, as amizades do mundo… Tudo isso, mas só quando eu for mais velha.
Juventude é para ser vivida, essa história de salvação é para velhos (risos).
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É uma matinê que há todas as sextas feiras, sábados e domingos. Ela me leva e me busca, não vejo a hora de estar dançando e ouvindo essas músicas. Eu me realizo na pista de dança. Solto todo o meu corpo, tenho uma sensação maravilhosa, me sinto leve… Eu amo dançar na matinê do clube.
Aqui na igreja, o pastor fala, fala, fala, mas meu pensamento está na dança, porque hoje, domingo, tem matinê, e às duas da tarde em ponto estarei lá. Tem uma hora que o pastor pede para quem quiser entregar a vida para Deus ir à frente. Bom, minha vida já está nas mãos de Deus desde pequena, eu nasci na igreja… Ele sabe que sou Dele. Não faço nada de errado, não fumo, não bebo… Às vezes eu namoro escondido… Bem, não é muito um namoro, e sim um “fica”.
É assim que a gente chama: “fica”. É uma forma de namoro sem ter compromisso nenhum. A gente se beija, fica junto naquela noite e depois cada um vai para o seu canto. Sem problema nenhum, todo mundo gosta.
Minha mãe, é claro, nem sonha com isso. Ela pensa que sou uma menina muito boazinha, até as pessoas da igreja também pensam, e isso é muito bom para mim.
Graças a Deus, o culto acaba, corro para o carro, quero me arrumar bem bonita para ir à matinê.
Uma jovem me chama:
- Clara, vem hoje participar dos jovens! Vai ser muito bacana.
Ah, meu Deus, essa menina de novo no meu pé!
- Oi, Dália, tudo bem? Sim, eu venho, claro que venho, vou pedir para minha mãe me trazer…
- Não precisa não, a gente passa na sua casa e te traz.
Que menina chata, não sai do meu pé. Se ela passar em casa eu não vou poder ir à matinê.
- Ah, minha querida, vou almoçar na minha avó e depois minha mãe me traz…
Uma mentirinha não tem problema, Deus entende…
Procuro tirar a minha mãe logo da igreja, assim ninguém irá me convidar em sua frente ou será um grande problema eu ter que despistar essas meninas chatas e intrometidas que querem, à força, me fazer aceitar Jesus. Eu já O aceitei desde pequena, só quero me divertir enquanto sou jovem. Quando for mais velha posso deixar as matinês, os namoricos, as mentirinhas, as amizades do mundo… Tudo isso, mas só quando eu for mais velha.
Juventude é para ser vivida, essa história de salvação é para velhos (risos).
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Continua no próximo domingo
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